quinta-feira, 15 de março de 2012

Morte!

Meus cortes começaram a ficar mais profundos, já estavam bem perto do meu pulso, perto até  demais. Eu me sentava no chão do banheiro gelado, e eu ficava lá, abraçada em um urso de pelúcia e com uma lâmina na mão, pensando em tudo que eu escolhi não ser, o que todos queriam que eu fosse, a opinião dos outros não me importava mais, não naquela hora. Todos me dizem que sou um caso perdido, muito rebelde. O que pensar em um momento como esse?
Só uma coisa passava pela minha mente... Morte... Morte... Morte, aquela palavra sem sentido que se repetia na minha mente, eu sempre voltava atrás, quem sentiria minha falta? Só a lâmina passando devagar pela minha pele marcada e sem força. Afinal que pele? De morena para totalmente branca não é normal, mas ninguém me considerava normal mesmo, era só mais um motivo.
 Eu podia estar ali, respirando... Mas minha alma já estava enterrada à sete palmos.



Alícia            

(Adaptação: Francieli Liliani da Rosa)       

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